Uma boa casa, 34.229 espectadores, assistiram ao regresso do F.C.Porto à liderança do campeonato, Liga Zon Sagres, quando vamos entrar no último terço da prova, quando muitos já apregoavam que o vencedor estava encontrado e não era o clube da Invicta... Mas não foi fácil lá chegar. Foi preciso sofrer mais do que o esperado, por culpas, muitas, do Campeão e mérito do Feirense, principalmente, do seu inspirado guarda-redes. Quando falo em culpas do Campeão, refiro-me, obviamente, à péssima primeira-parte da equipa treinada por Vítor Pereira.
O F.C.Porto dos primeiros 45 minutos parecia uma equipa inexperiente, pouco habituada a liderar e que perante a possibilidade de chegar ao topo da classificação, ficou tolhida de ansiedade, paralisada, incapaz de jogar. Foram tantos os passes errados, tantas bolas perdidas, tantas jogadas inconsequentes, que o público reagiu e assobiou.
Na segunda-parte tudo foi diferente e para muito melhor. Entrando forte, mais rápida a recuperar, a trocar e a soltar a bola, a equipa portista esteve mais esclarecida, melhor organizada, procurou e conseguiu dar mais largura ao seu jogo, encostou o Feirense lá atrás e foi criando situações de golo que Paulo Lopes foi evitando como pôde. O domínio era total, só dava Porto, o Feirense já não saía, o golo adivinhava-se. Adivinhava-se, era justo e podia ter acontecido ao minuto 13, quando Hulk falhou uma grande penalidade a castigar a falta de Luciano, que foi expulso, sobre Janko - falarei deste lance mais lá para a frente... Mas Hulk, que não esteve nos seus melhores dias, falhou e o teimoso zero a zero manteve-se.
Manteve-se a igualdade, mas também se manteve tudo o que de bom a equipa portista vinha fazendo. Com a equipa da Feira só preocupada em defender e menos um homem, Vítor Pereira, bem, tirou Sapunaru, pouco profundo e meteu Djalma. Com o angolano, que entrou muito bem no jogo, o futebol do Campeão ganhou dois flancos, maior largura, tornou-se, se é possível dizê-lo, mais perigoso. Como corolário, uffa, golo de Maicon e Porto na frente do marcador e do campeonato. Passados 5 minutos, James aumentou a vantagem, o resultado ficou decidido, a vitória e a liderança garantidas
Concluindo: má, muito má, primeira-parte. Segunda-parte bom nível. Vitória justíssima, cristalina, que só peca por escassa - merecíamos mais dois ou três golos. Estamos em primeiro lugar, na luta pelo título e com bons níveis de confiança. Mas atenção, não podemos repetir exibições como a dos 45 minutos iniciais da partida de hoje.
Notas finais:
Maicon foi um gigante, tem sido o jogador mais regular do F.C.Porto em 2011/2012. Na época passada, eu incluído, poucos davam alguma coisa pelo jovem defesa brasileiro - irregular, desconcentrado, erros comprometedores... Valeu a teimosia de Vítor Pereira e hoje Maicon está muito mais jogador, um jogador fiável, melhor a central, mas capaz de jogar a lateral, sem comprometer.
Janko estava sozinho dentro da área, bem enquadrado com a baliza, tendo só o guarda-redes pela frente, em posição privilegiada para fazer golo. Foi derrubado por trás por Luciano, de forma clara e que não deixa dúvidas. Penalty e expulsão sem margem para discussão, Feirense a jogar com 10. Mérito do F.C.Porto, que construiu uma jogada que deixou o seu ponta-de-lança na cara de Paulo Lopes. Ouvindo alguns, repisaram até à exaustão que a equipa da Feira jogou com menos um, até parece que o árbitro errou, a saída do jogador do Feirense foi obra e graça do Espírito Santo. Não, foi por obra e graça dos jogadores do F.C.Porto e ao falar-se sempre da expulsão, está a ser-se injusto e de alguma forma, tirar mérito à vitória portista. E que dizer dos responsáveis do clube aveirense? Queixam-se de quê?
Abraço
De
paulo a 27 de Fevereiro de 2012 às 09:56
Bom dia,
Ontem poderíamos ter deitado tudo a perder na primeira parte, não pelo jogo produzido pelo Feirense, mas sim pela ansiedade e falta de sorte na finalização.
Entramos muito ansiosos, sem criatividade, e com o Feirense a defender e a trocar bem a bola, gerou-se a impaciência dentro e fora de campo.
Apesar da má primeira parte, a figura da noite por parte dos forasteiros Paulo Lopes negou nos a vantagem mínima ao intervalo.
Não se compreende o porquê de VP não colocar James de início.
Nos jogos diante de adversários que recuam muito as linhas, o colombiano tem capacidade para romper, e pela sua velocidade e criatividade pode marcar a diferença, tal como ontem fez a partir do momento que entra em campo.
Na segunda parte entramos agressivos e com uma dinâmica pelas alas que permitiu abrir a defesa contrária.
Enquanto que na primeira parte corríamos com a bola, na segunda metade fizemos a bola correr, o que torna o jogo mais rápido e imprevisível para quem defende.
Obtivemos a oportunidade do penalti, mas mais uma vez Hulk, tal como em Olhão, falha um penalti numa fase do jogo que poderia ser decisiva.
Felizmente a nossa equipa não baixou os braços e continuou na procura da vantagem e acabou por consegui-la de bola parada por Maicon, o nosso defesa com maiores níveis de confiança.
O segundo golo depois surge com naturalidade face ao nosso domínio atacante.
Paulo Lopes impediu que o Feirense saísse goleado do Dragão, efectuando um punhado de grandes defesas.
Valeram os 3 pts que nos dão a parceria na liderança com o Benfica, e na próxima jornada diante deste mesmo adversário, teremos uma grande oportunidade de definitivamente isolar-nos na liderança da liga a nove jornadas do final.
Assim acredito e espero.
Abraço e boa semana
Paulo