Hulk só fica contrariado quando não pode jogar à bola. No relvado o avançado quer é agitar, driblar, partir para cima do adversário e, naturalmente, fazer golos. Foi ele o responsável pela mortandade espalhada na defesa do frágil F.C. Gutersloh ao longo da segunda parte deste particular. Foi ele o culpado inapelável pelo fim da passividade reinante até ao intervalo e pelo avolumar do resultado: um irónico 1-10, ligeiramente superior ao resultado do benfica.

Além dos três golos marcados, dois deles estupendos, Hulk não parou um minuto e levou ao desespero os amadores alemães. Chegou a ser uma concorrência desleal, um F1 a acelerar ao lado de um tractor agrícola. Foram dez, podiam ter sido mais, embora isso nem seja o mais relevante por esta altura. 

O teste acabou por ser positivo, mas a goleada decorre também da insipiência mostrada pelo oponente. De qualquer forma, no primeiro tempo o F.C. Gutersloh aproveitou o ritmo mais baixo dos dragões e até teve momentos em que se mostrou confortável no jogo. Nesta fase, há a destacar o golo de cabeça apontado por Kléber e a qualidade do lateral David, um jovem em aprendizagem. 


Vitor Pereira apresentou 22 jogadores, dois «onzes» distintos, e só Helton, Kadú e Fernando não foram utilizados (além dos lesionados Rafa e Belluschi). 

Dois golos na primeira parte, oito na segunda e a tal deflagração de Hulk, bem acompanhado por João Moutinho e, principalmente, Walter. Espicaçado pela competência do concorrente directo [Kléber], o Bigorna reagiu com um hat-tricke muita aplicação. Um golo de cabeça, dois em finalizações simples na área germânica. 

Para amostra precoce, não se podia exigir mais. O treinador encheu de notas o bloco e viu muita qualidade num plantel ainda a ser moldado. Nota negativa, porém, para o golo concedido ao Gutersloh. Maicon e Otamendi ficaram a marcar com os olhos e à espera de Bracali, quando o guarda-redes nada podia fazer.